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  • Foto do escritorLuchelle Furtado

Último evento do Encontro de Jornalismo aborda a representatividade da mulher negra no jornalismo

Durante a palestra que aconteceu nesta quinta-feira (20), foram debatidos temas como conscientização e tolerância

Patrícia Silvano Gonçalves a esquerda, Melissa Galdinho ao centro e Mariana Aldano a direita - Foto: Matheus Batista


Giulia Requejo

Luchelle Furtado


“Eu nunca fui tímida, eu sempre fui silenciada”, a frase foi dita pela ativista Monique Evelle e, durante o evento que tratou a representatividade da mulher negra no jornalismo, foi repetida pela jornalista do Catraca Livre Patricia Silvano Gonçalves. A palestra realizada pelo Centro Acadêmico da Universidade Metodista de São Paulo, também contou com a presença da jornalista da TV Globo, Mariana Aldano.


Com o objetivo de conscientizar os universitários, as palestrantes focaram em relatar a falta de representatividade dentro do mercado de trabalho, que tem início nas faculdades, local em que são vistos poucos alunos negros, como relata Patrícia Silvano. “A falta de representatividade, não só nas redações mas em toda a sociedade acontece pelo racismo estrutural, isso faz com que muitas pessoas não cheguem nem a cursar uma universidade ou procurar uma graduação”.


Outro ponto questionado pela jornalista é a dificuldade que os negros passam durante o período da graduação e se estende até a entrada nomercado de trabalho. “A gente tem uma sociedade que é composta por mais de 50% negra, podemos contar nos dedos quantos jornalistas negros têm na televisão e quem são as pessoas que estão sempre na ativa”.


Mariana Aldano ressaltou que durante o período de graduação e ao longo de sua carreira profissional sempre sentiu a necessidade de estudar e se preparar mais do que os demais. “Eu tinha esse cuidado e esse esforço. Infelizmente quando a gente é negro, tem que ser mais qualificado para poder ter as mesmas oportunidades.”


A estudante de jornalismo Melissa Galdinho, atua no Centro Acadêmico da universidade e foi uma das organizadoras da palestra. Ela afirma que o evento é uma forma de chamar a atenção às pessoas. “A palestra estava cheia, o que me deu muita felicidade em ver que as pessoas estão querendo entender sobre os negros no Brasil, mais especificamente ser mulher negra. Acho importante as pessoas entenderem o que é essa luta anti racial e se ela foi racista ou não em algum momento.” Melissa também está realizando um trabalho de conclusão de curso com o foco na atuação das mulheres negrasna televisão brasileira.


Patricia finalizou a palestra com uma frase do antropólogo congolês Kabengele Munanga, que considera de impacto e importante para a reflexão. “ O racismo é um crime perfeito no Brasil, porque quem comete acha que a culpa está na própria vítima”.


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