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Apae Santo André oferece curso de capacitação profissional gratuito

Objetivo é aumentar a contratação via Lei de Cotas; empresas alegam falta de mão de obra qualificada

Alunos participam da oficina de informática realizada na APAE de Santo André - Foto: Luchelle Furtado


Luchelle Furtado

De acordo com dados do Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 23,9% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, seja física ou intelectual. Para garantir o direito e a inserção dessas pessoas no mercado de trabalho, em 1991 foi criada a Lei de Cotas, que obriga empresas com mais de 100 funcionários a reservar de 2% a 5% das vagas para portadores de algum tipo de deficiência.


Apesar da lei estar em vigor há 27 anos, algumas empresas não cumprem essa regra. De acordo com o Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS), se os empreendimentos seguissem a legislação, haveria 827 mil postos de emprego especiais. No entanto, menos de 382 mil vagas foram criadas ao longo deste período. Um dos principais motivos alegados pelas empresas pelo descumprimento da regra é a má qualificação na mão de obra.


Ação da APAE


Com o objetivo de capacitar pessoas com alguma deficiência intelectual ao mercado de trabalho, adequando-as às necessidades de cada empresa, foi criado em 2015 o projeto + APAE Inclusão, que teve início no primeiro semestre de 2018. "O projeto busca orientar as famílias através de oficinas profissionalizantes", afirma Valéria Barral, diretora escolar da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) Santo André.


Para Valéria Barral, de fato as empresas encontram dificuldades em contratar pessoas qualificadas em cada segmento. "O objetivo do curso é justamente oferecer esse preparo", explica. Na opinião da diretora, o diferencial no projeto da APAE é que os alunos são supervisionados por uma equipe técnica formada por psicólogos, assistente social e pedagogos. "Acompanhamos o profissional no mercado de trabalho e, dessa forma, conseguimos minimizar as chances de não dar certo. Além disso, fornecemos esclarecimentos ao empregador sobre a pessoa com deficiência e suas limitações”.

A professora especialista em deficiência intelectual, Cyntia Sateller, que dá aula de informática na instituição, ressalta que a educação especial é complexa e é necessário entender o aluno como um todo. “Precisamos estabelecer um laço afetivo e aí dessa forma conseguimos trabalhar qualquer conteúdo”.

Cyntia explica que sempre busca um caminho para chamar a atenção deles em sala de aula e, dessa forma conseguir lecionar. “Eles são especiais, mas também são jovens. Toda a questão hormonal e da autoestima influenciam porque eles estão se preparando para o mercado de trabalho”.


No primeiro semestre o estudante Gabriel Bueno Noffs, de 14 anos, teve aulas de audiovisual. Como gostou, optou por continuar e hoje faz informática. Ele conta que aprendeu bastante com as novas experiências e como forma de incentivo ganhou uma câmera dos pais. “Futuramente quero cursar fotografia, design de games e até engenharia, porque tudo nessas áreas me chama a atenção”.


Para participar do programa basta se inscrever e passar por uma triagem feita na instituição com a psicóloga. Durante essa análise é levado em consideração se a pessoa tem o perfil do projeto. São oferecidas oficinas como rotinas administrativas, informática, artesanato, panificação, audiovisual e corte e costura.


No dia 27 de novembro acontecerá um evento na APAE Santo André, das 8h até às 13h, com o objetivo de promover palestras que tratem do tema de inclusão. Neste dia as empresas interessadas em contratar funcionários com necessidades especiais estarão presentes e vão cadastrar currículos dos interessados.


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