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Foto do escritorLuchelle Furtado

Tensão entre velha e nova economia marca conferência do clima desde o início

Secretário-geral da ONU e presidente da Polônia, país-sede, mostraram visões discordantes sobre o futuro da indústria de carvão e o papel das fontes renováveis de energia

Arnold Schwarzenegger, ex-governador da Califórnia e militante de energia limpa, e Andrzej Duda, presidente da Polônia, receoso a respeito do futuro indústria do carvão, encontram-se na COP24 - FOTO: COP24.GOV.PL


Por Giulia Requejo e Luchelle Furtado, com Alexandra Gonsalez, de Katowice


O presidente da Polônia, Andrzej Duda, e o secretário geral das Nações Unidas, o português António Guterrez, mostraram interesses conflituosos em relação aos tratados firmados no Acordo de Paris, para enfrentar as mudanças climáticas – e isso logo na abertura oficial da Conferência das Partes (COP24), realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Katowice, na Polônia. As propostas do documento serão renegociadas ao longo de todo o evento, que termina no dia 14 de dezembro.


Na fala do presidente Duda, a preocupação com o corte na produção de carvão deu o tom de um discurso mais conservador. “A economia gerada com a extração (de carvão) não pode ser deixada de lado”, afirmou ele, várias vezes.

A Polônia está entre os dez maiores produtores de carvão do mundo. Cerca de 80% da geração de energia produzida no país depende do produto. O objetivo é reduzir essa parcela a 60% até 2030 e a 30%, em 2040, com investimentos em energias renováveis.


Por sua vez, o secretário geral da ONU, Guterrez, deixou clara a preocupação da entidade em fazer avançar a economia verde. Ele defendeu que todos os setores, na agricultura, na indústria, no comércio e nos serviços, empenhem-se na sustentabilidade ambiental e social. Fomentar a economia verde, parte importante do discurso da ONU desde 2012, inclui ampliar o número de empregos em atividades relacionadas à reutilização de bens, valorização da biodiversidade, consumo consciente e uso de energia limpa.


Para Guterrez, a COP24 é o foro estratégico para discutir essas questões. “Em solidariedade, trabalharemos juntos para todos terem no futuro a capacidade que a ciência e a tecnologia já demonstraram, que é a economia verde, a economia lucrativa”, afirmou. De acordo com o secretário, se as nações não apostarem nessa economia, as gerações futuras irão pagar por meio de consequências sérias.


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