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Foto do escritorLuchelle Furtado

Hipertensão na gravidez gera diversos riscos à saúde

Atualizado: 14 de jun. de 2018

Aumento da pressão arterial pode causar a morte da gestante ou do bebê

O aumento da pressão na gravidez é um sintoma muito comum e por isso é necessário fazer o pré-natal adequadamente - Foto: Luchelle Furtado


Luchelle Furtado


As doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 17,5 milhões de pessoas morrem todos os anos vítimas de problemas cardíacos. No Brasil, os óbitos pela doença atingem 30% da população, e a média anual chega a 350 mil, o que representa uma morte a cada 40 segundos no país, ainda segundo a OMS. Quando ocorre durante a gestação o problema se agrava.


A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra a o interior das artérias, que são os vasos sanguíneos e responsáveis por transportar sangue rico em oxigênio para todo o organismo. Mas, quando esse sangue aumenta mais do que o normal e as artérias oferecem resistência a pressão fica elevada, o que causa a hipertensão.


Os problemas de hipertensão podem aparecer antes ou durante a gestação e em alguns casos se tornarem crônicos. Essa situação pode acarretar diversos riscos, como explica o ginecologista e obstetra Élvio Floresti Junior. “A hipertensão diminui o fluxo sanguíneo para o feto e isso pode causar o retardo de crescimento uterino e prematuridade. Ou seja, na pré-eclâmpsia leve, normalmente nada ocorre com o bebê mas, na pré-eclâmpsia grave, pode até ocorrer a morte da gestante”.


Há quatro tipos na gravidez: hipertensão gestacional (que surge somente depois da 20° semana de gestação, apresenta perda de proteínas na urina ou sinais de pré-eclâmpsia), pré-eclâmpsia (aparece após a 20° semana de gravidez, causa a perda de proteínas na urina, associada a problemas de fígado, renais e queda no número de plaquetas), hipertensão crônica (quando a mulher já era hipertensa antes de engravidar e continua sendo durante a gestação) e hipertensão crônica com pré-eclâmpsia (quando a mãe já tinha pressão alta antes e desenvolve a pré-eclâmpsia durante a gravidez).

Daniela Alves da Silva, 34, não tinha pressão alta, mas, com 34 semanas de gestação a pressão chegou a 22 por 20. Durante a gravidez, ela não teve a indicação de tomar algum remédio que controlasse esse aumento, e quando se sentia mal ia ao pronto-socorro. “Me medicavam e a pressão abaixava, mas no dia seguinte estava alta de novo e aí era o mesmo procedimento novamente. E foi indo assim até quando minha médica decidiu fazer o parto com 37 semanas”.


Após o nascimento do bebê, ela passou em um cardiologista e então começou a tomar remédio de pressão. “Era para eu tomar o remédio de oito em oito horas, mas a pressão abaixou demais, aí ele passou de 12 em 12 e continuou abaixando. Depois, a orientação foi para tomar uma vez no dia e em menos de um mês eu já tinha parado de tomar o remédio e a pressão já estava normal”.


Já para Elda Paula Bernardo Almeida, 39 a situação foi diferente. Antes de ficar grávida, ela não sofria de problemas cardíacos, mas com seis meses de gestação, a pressão começou a subir e houve a necessidade de tomar remédio. No mesmo período ela começou a ter dilatação e a orientação que teve foi ficar de repouso absoluto. Elda teve o bebê com oito meses e, devido à pressão alta e à pré-eclâmpsia, o parto foi cesariana.


Após o nascimento do bebê, ela continuou fazendo o uso dos medicamentos. Na segunda gestação a situação foi ainda mais complicada. Dessa vez, quando a criança estava com seis meses os médicos tiveram a necessidade de fazer uma cesariana com emergência, pois a gravidez colocava em risco sua saúde. “Na segunda gravidez, eu já era hipertensa. Com seis meses tiveram que tirar o neném, porque senão ia morrer eu e ele. Eu tive uma doença [Síndrome de Hellp – é uma complicação da pré-eclâmpsia] que fez parar um dos meus rins, meu fígado começou a funcionar parcialmente e meu pâncreas também”. Após o parto, a criança que nasceu prematura, não resistiu e morreu três dias depois. 

O valor ideal para a pressão arterial é de 120 x 80 mmHg (12 por 8), mas, a pressão normal de um adulto pode ir até 130/85 mmHg e 130 x 80 mmHg em casos de pessoas com riscos de diabetes ou doença renal. Já, quando chega ao valor 140 x 90 mmHg ou superior, se torna um caso de pressão arterial alta e há a necessidade de um acompanhamento com um cardiologista. “O ideal é 120 x 80 mmHg mas temos algumas oscilações, o importante é que a pressão mínima não fique acima de 90 mmHg”, explica a ginecologista e obstetra Adriana Rocha Silva.


Arte: José Reis Filho


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