top of page
Foto do escritorLuchelle Furtado

Amamentação nos primeiros anos de vida pode salvar mais de 820 mil crianças por ano

Na Semana Mundial da Amamentação, campanha feita é pela conscientização do aleitamento materno

Bancos de leite do ABC sofrem pela falta do alimento em estoque na região - Foto: Jéssica Rodrigues


Luchelle Furtado


Na Semana Mundial da Amamentação deste ano, que acontece do dia um ao dia sete de agosto, o Ministério da Saúde tem como objetivo incentivar o aleitamento materno que é exclusivo até os seis meses, a intenção principal é conscientizar as mães para que a amamentação se prolongue até os dois anos de idade, reforçando a importância do aleitamento para o desenvolvimento da criança. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a amamentação até os seis meses é fundamental e dispensa a inserção de outros alimentos.


Ainda segundo a OMS, se todos os bebês fossem amamentados por leite materno até os dois anos, seria possível salvar mais de 820 mil crianças que perdem a vida anualmente. Para a pediatra, Sandra Frota Avilla, os benefícios do leite são inúmeros. “Os bebês que são alimentados com leite materno tendem a ser mais saudáveis. Ele protege contra infecções e favorece um bom ganho de peso”.


A médica também afirma que a campanha é uma forma de conscientização da sociedade sobre a necessidade do aleitamento materno, já que há quase um século a prática vem sendo abandonada, colocando em risco a vida de milhões de crianças. “O leite materno é o melhor e mais completo alimento para nossos filhos. Não há substitutos à altura e quanto mais a ciência estuda, mais conclui seus benefícios para o resto da vida”.

No entanto, em muitos casos as mães não conseguem manter a amamentação sem a necessidade de inserção de outros alimentos. De acordo com a OMS, apenas 40% dos bebês mantém a dieta exclusiva do leite materno e por isso há a necessidade de campanhas e orientações para a doação.


No ABC, o estoque de bancos de leite está abaixo do ideal. O Hospital Mário Covas e Hospital da Mulher, ambos em Santo André, estão com volume abaixo do necessário para atender a demanda de crianças internadas que necessitam do leite.



Doadora e beneficiária


Maria Gabriela Mills Cammarano, 40, explica que desde quando estava gravida já sabia da importância do aleitamento materno e por esse motivo queria doar leite. Ela conta que se informou para que conseguisse realizar o ato. “Fiquei sabendo pela mídia e eu fui procurar na internet onde tinha banco de leite para que eu pudesse doar”.


Após fazer uma série de exames ela recebeu as orientações para a realização do processo. “Eu recebi as instruções de como tirar o leite manualmente, mas consegui uma bomba elétrica emprestada, o que facilitou. Me deram os frascos, me ensinaram como eu deveria armazenar e higienizar. E aí toda segunda-feira o carro do Hospital da Mulher passava na minha residência para a retirada do leite congelado”.


Helena Pellissari, 51, utilizou do banco de leite. Ela conta que apesar de fazer bem para a mãe e principalmente o bebê, aquilo que deveria ser natural (amamentar) pode se tornar algo doloroso e traumático para a mulher. “Eu ficava muito nervosa em amamentar e o leite não saía o suficiente. No Hospital ela (bebê) chorava muito, pois sentia muita fome, era exaustivo e chegava a demorar duas horas para encher a bomba de sucção e não era suficiente para satisfaze-la”. A solução que Helena encontrou foi através do leite de outra mãe com quem dívida um quarto e posteriormente, orientada pelo médico, utilizou o banco de leite enquanto estava no hospital.


Helena reforça que como não obteve sucesso na retirada do leite em casa, foi aconselhada pela pediatra a utilizar fórmulas infantis para lactentes, desenvolvida para alimentar bebês. “Eu tentava amamenta-la e ela (bebê) ficava nervosa, não pegava o peito direito e só chorava. O leite saía cada vez menos e mamar no peito é muito mais trabalhoso do que na mamadeira, como eu dava a mamadeira isso diminuía a chance de ela voltar a pegar o peito de novo”, finaliza.


Para se tornar uma doadora basta procurar o banco de leite mais próximo da sua cidade e se cadastrar. Se a mãe estiver habilitada para doar, o leite não prejudicará a amamentação do próprio filho. A retirada do leite é feita com a orientação de profissionais para assegurar que o procedimento seja feito de forma correta.


Arte: José Reis Filho


9 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page